Secretaria de Polícia Civil promove evento inter-religioso de combate à violência contra a mulher no Cristo Redentor

A Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol), por meio do Departamento Geral de Polícia e Atendimento à Mulher (DGPAM), realizou, nesta quarta-feira, um evento inter-religioso no Santuário Cristo Redentor, em alusão aos 14 anos de criação da Lei Maria da Penha, medida fundamental de combate à violência contra a mulher. A ação teve como objetivo reunir diversos órgãos que compõe a rede de proteção à mulher em todo o Estado e a sociedade civil, visando reforçar o combate a esse tipo de crime.

Estiveram presentes na cerimônia líderes de várias religiões. No final, o monumento ao Cristo Redentor foi iluminado de lilás, cor internacionalmente ligada ao combate à violência doméstica. “A mulher é um grande dom de Deus na história da criação. Ela traz harmonia ao mundo, com um jeito único que nos ensina a amar com ternura. Mais do que parabenizá-las, devemos valorizá-las. Por isso, mais uma vez estamos juntos às autoridades pela proteção dos direitos de todas as mulheres”, afirmou o sacerdote.

De acordo com a diretora do DGPAM, delegada Sandra Ornelas, as estatísticas mostram que a casa é o lugar mais perigoso para uma mulher e, durante o isolamento social causado pela Covid-19, essas mulheres podem estar sofrendo violência sem conseguir pedir ajuda. “É necessário e urgente sensibilizarmos a população de que a violência doméstica é um problema da sociedade e todos devem estar unidos para a proteção e defesa dos direitos da mulher, ainda mais nesse momento em que elas podem estar se sentindo sozinhas em casa. Precisamos mostrar para elas que podem contar com o apoio de uma rede de proteção e apoio”, destacou a delegada.

Redução de registros durante a pandemia - Ainda segundo a diretora do DGPAM, apesar de as DEAMs terem continuado a atender ao longo de todo o período de isolamento social, inclusive realizando diversas prisões em flagrante, houve uma diminuição nos registros de ocorrência, em alguns casos de até 50%. "Segundo o Monitor de Violência do Instituto de Segurança Pública (ISP), a redução do número de registros não significa que a violência contra a mulher esteja diminuindo, mas que pode haver subnotificação neste período de pandemia. Com a flexibilização do isolamento social, houve um considerável aumento no número de registros durante o último mês", afirmou.

Atuação das Deams - A delegada ressalta ainda o trabalho realizado pelas DEAMs, que resulta em indiciamentos e prisões de autores de violência doméstica. "Somente em 2019, as DEAMs indiciaram 16.703 autores de violência doméstica e familiar de diversas formas contra mulheres, além de solicitar 20.930 medidas protetivas de urgência. O resultado deste trabalho são os inúmeros mandados de prisão a serem cumpridos hoje", constatou.

Operação Athena - No último dia 07, o DGPAM realizou a Operação Athena para cumprir mandados de prisão de foragidos da Justiça por crimes de violência contra a mulher. Durante a ação, 57 agressores foram presos.