Artista plástico Marco Velasquez passa a integrar Núcleo de Artes Plásticas do Santuário Cristo Redentor e doa obras de arte para capelas do Santuário

Nesse sábado, 18 de outubro, às 8h30 da manhã, aconteceu a inauguração de duas obras de arte doadas pelo artista plástico Marco Velasquez ao Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor. Na cerimônia, que compõe o calendário comemorativo dos 94 anos do monumento ao Cristo Redentor, elas foram abençoadas pelo reitor do Santuário, Padre Omar.

Uma das obras ficará na Capela de Nossa Senhora Aparecida (Técnica mista sobre metacrilato cristal, 90x100cm) e a outra na Capela Laudato Si’ (Técnica mista sobre metacrilato cristal, 100x100cm). As imagens utilizam técnicas artísticas derivadas de experimentações, como o dripping, que consiste em respingar tinta sobre a tela.

Marco Velasquez é agora integrante do Núcleo de Artes Plásticas do Santuário Cristo Redentor. “Eu, como carioca que sou, sempre fui fascinado pelo Cristo Redentor. Antes dos 80 anos do monumento, enquanto fotógrafo, tive a oportunidade de subir na cabeça e no ombro para fazer uma foto em 360 graus lá de cima. Ali eu aprendi, junto ao Padre Omar, e descobri que transcendia o impacto daquela grande arte, em cima do Morro do Corcovado. Eu tive essa intimidade com o sagrado, com o Santuário Cristo Redentor, quando eu fiz parte da comemoração dos 80 anos. Houve a transformação na minha vida quando eu entendi que ali é um Santuário e passei a frequentar. Nessa época, a arte veio com uma força gigante, e passei a trabalhar com arte sacra contemporânea. Hoje, eu tenho a alegria de ter obras em igrejas. Mas, no Santuário Cristo Redentor, é uma alegria pura, transcende as palavras. Para o artista, fazer uma obra de arte é muito especial. Agora, é a consagração ter uma obra no Santuário Cristo Redentor. Sou muito grato”, destaca Marco Velasquez.

Na última segunda-feira, 13 de outubro, o artista plástico participou da Missa em Ação de Graças e da Cerimônia de Geminação entre o Santuário Santa Dulce dos Pobres e o Santuário Cristo Redentor, em Salvador, na Bahia, e presenteou o Santuário baiano com um quadro de Santa Dulce (Tinta acrílica sobre tela, 85x55cm).

Sobre Marco Velasquez

Marco Aurelio Bruno Albacete Velasquez, nascido em 06/04/1963, brasileiro-espanhol, casado, pai de Pedro, Bruno, Rafael, Benjamin e Juan.

O primeiro suporte que recebeu uma obra de Marco Velasquez foi o papel fotográfico preto e branco. Num pequeno laboratório improvisado nos fundos de sua casa, o artista fazia surgir da superfície do papel imagens que controlava através do uso do tempo em sua maior ou menor definição. A escolha da superfície também era decisiva: mate, brilhante, corrugado ou liso. E tudo isso como resultado do tipo de negativo e a puxada na relação de imprimibilidade da película. Esses elementos voltariam com toda força na obra plástica do artífice.

Passando à pintura após uma temporada na fotografia digital, Marco Velasquez vai sofrer a influência daquilo que o formou. Uma tela sua sempre estará impregnada dos elementos com os quais se acostumou a lidar durante sua prática como fotógrafo. A primeira escolha é pelo grão. Desde o início a presença da granulação, ora mais fechada ora mais aberta é evidente. Buscando uma leitura pessoal do pontilhismo, suas telas apresentam soluções altamente sofisticadas em termos de imagens descritas através de pontos. Em seguida, o uso intensivo de texturas, seja através de suportes próprios, seja com a materialidade da própria tinta, revela a sua intimidade com o mundo das superfícies de múltiplas características.

“Tenho uma influência muito grande das mulheres da família, das linhas de costura. Esse derramamento de tinta forçando as linhas é inspirado nas matriarcas da família, que eram ligadas à alta costura”, explica o artista. 

Num salto ainda mais significativo vemos suas transparências se referirem aos dispositivos, aos slides e até mesmo aos negativos que se analisa contra a luz para que ganhem sua dimensão de vida.

Enfim, num uso inovador para as artes plásticas brasileiras, Marco Velasquez faz vir da China os pigmentos termocrômicos, que novamente introduzem a dimensão do tempo nas suas revelações. Agora é a temperatura ambiente que determina a expressividade da obra plástica. O laboratório é a própria natureza, suas circunstâncias e o ambiente onde o quadro está exposto. Assim, se fecha um ciclo de coerência criativa. Apenas as circunstâncias mudaram, mas o processo do olhar e do executar é o mesmo que atravessa e dá identidade e valor estético à sua prática desde os inícios.

O Percurso de Reconhecimento 

Marco Velasquez teve seu trabalho, em 2015, abordado pelo Jornal O GLOBO: “A Temperatura Dita o Tom na Pintura de Marco Velasquez”. Também foi documentado na Revista Memória Cult e em artigo do crítico de arte Luiz Carlos Prestes Filho.

Participou com uma obra do acervo do Museu Oscar Niemeyer de Curitiba junto a grandes artistas brasileiros como Alberto Guignard, Cícero Dias, Cláudio Tozzi, Flávio Shiró e Alfredo Volpi. Teve uma obra encaminhada ao Papa Francisco pelo amigo Frei Beto em visita a Havana, em Cuba.

Marco participou de exposições e leilões de arte promovidos pela TNT Arte Galeria e cursos no EAV e MAM. Integrou a “ArtExpo New York 2015”. Idealizou e realizou o projeto “Reflorescência Coletiva” e a exposição “Ciclos Cromáticos”, no Centro Cultural Parque das Ruinas. Em 2016, participou da exposição “CTRL+Z”, na TNT Arte Galeria, junto ao mestre das cores José Maria Dias da Cruz, além da “Artigo Rio - Feira de Arte Contemporânea” pela Essenze galeria da Alemanha.

Em 2017, participou da coletiva “Encontro de Tons” na Anjos Art Gallery. Em 2018 realizou a exposição temática, “Bicicletário 55 - Cores em Movimento", em uma primeira temporada na Casa França Brasil, um dos principais centro culturais do Rio de Janeiro, e posteriormente na TNT Arte Galeria.

Seu maior projeto é “Salve Maria”, uma exposição itinerante onde o artista relê a “Última Ceia”, de Leonardo Da Vinci, substituindo os 12 apóstolos por representações de Nossa senhora, padroeiras dos países do continente americano. O Santuário Cristo Redentor recebeu a exposição no dia 13 de maio de 2019, em uma homenagem à Nossa Senhora de Fátima, na data em que a Virgem Maria apareceu aos três pastorinhos sobre uma azinheira, em Fátima (Portugal). A curadoria foi do reitor do Santuário, Padre Omar.

 Marco também fez dezenas de outros trabalhos, como no coletivo “A Cor Como Ciência” - José Maria Dias da Cruz + 30, junto a grandes nomes como Alfredo Volpi, Manabu Mabe, Tomie Ohtake; na comemoração dos 75 anos da Porsche, no “Village Classic Cars”, no VillageMall, e no Consulado Geral da República Argentina no Rio de Janeiro.

A última grande exposição foi de 14 de maio a 28 de junho deste ano, “Veículo das Cores: Do Chão às Alturas”, no Centro Cultural Correios Rio de Janeiro, no Centro da Cidade, convidando o espectador a embarcar em uma jornada onde a arte se movimenta em todas as direções — da terra ao céu, da matéria ao divino.