Neste sábado, 19 de abril, será celebrado o Dia Nacional dos Povos Indígenas. Por isso, o evento “BRASIL COM FÉ - Celebrando os 525 anos da Primeira Missa no Brasil, Terra de Santa Cruz”, junto ao Núcleo de Povos Originários do Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor, vai abraçar e homenagear os povos indígenas do Brasil, de todos os biomas, notadamente mais preservados nos seus territórios, dentre as 305 etnias que juntas falam 274 línguas.
O dia começará com uma Oração e o Ofício das Leituras, presididos pelo bispo auxiliar da Arquidiocese de Niterói, Dom Geraldo de Paula Souza, às 10h, no Memorial José de Anchieta, em Araçatiba, com a participação de indígenas de Maricá e do Rio de Janeiro. O padre jesuíta José de Anchieta, que catequizou indígenas do Brasil no século XVI, é considerado santo desde 2014, quando o Papa Francisco assinou decreto que canonizou o missionário. Entre os milagres atribuídos a ele por fiéis está a pesca realizada na Lagoa de Araçatiba, há mais de 400 anos. Um grupo de indígenas se queixava do sumiço de peixes quando Anchieta teria antecipado a eles quais peixes trariam ao barco em determinada região da Lagoa de Maricá, transformando, assim, a escassez em fartura. A pescaria foi tão abundante e variada que a praia se abarrotou de homens para dar conta de salgar os peixes, técnica usada para conservá-los. Logo depois, às 11h30, haverá a visita da cruz à Fazenda Pública Joaquín Piñero.
Às 16h30, a cruz original da Primeira Missa no Brasil chega ao Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor para uma Cerimônia em homenagem aos povos indígenas do Brasil. Em seguida, às 17h30, haverá a Vigília Pascal, também no Santuário, presidida pelo reitor, Padre Omar.
Ao todo no evento “BRASIL COM FÉ - Celebrando os 525 anos da Primeira Missa no Brasil, Terra de Santa Cruz”, de 12 a 27 de abril, são cerca de 20 cidades por onde a cruz original da Primeira Missa no Brasil está passando.
Sobre o Movimento Brasil com Fé
O Movimento Brasil com Fé nasce como uma voz unificada em defesa da fé e da liberdade religiosa. É um movimento livre, independente de crenças ou denominações, que reconhece e protege o direito de cada indivíduo à sua expressão religiosa, sem medo, sem perseguição, sem intolerância.
A fé é um direito humano fundamental, garantido pela Constituição Brasileira, que assegura a liberdade de crença e o respeito à diversidade religiosa. No entanto, atualmente, a intolerância, o desrespeito e o proselitismo agressivo ameaçam a vivência da espiritualidade, gerando exclusões e violações de direitos. Diante disso, o Brasil com Fé busca fortalecer a cultura da paz, do respeito e da convivência harmoniosa entre todas as expressões de fé e ser contra qualquer forma de imposição religiosa, reconhecendo que a escolha da fé deve ser um ato livre e consciente, nunca imposto ou forçado, reconhecendo e respeitando quem não possui religião ou não crê e promovendo um diálogo com todos, independentemente de sua visão sobre a espiritualidade.
A fé e a cultura se entrelaçam, moldando histórias, tradições e valores que sustentam a identidade dos povos. O movimento surge para afirmar essa conexão, promovendo iniciativas que reforcem o papel da religião e da espiritualidade na construção de uma sociedade mais justa e fraterna, sem excluir aqueles que não compartilham dessa vivência, e se propõe a conectar a sociedade ao diálogo inter-religioso, à educação para a tolerância e à valorização da fé como um patrimônio imaterial da humanidade.
Brasil com Fé. Pela liberdade, pela cultura, pelo respeito.
Sobre o Núcleo de Povos Originários do Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor
Coordenado pela indígena da etnia pataxó Wilza Neves Silva, o Núcleo de Povos Originários, do Santuário Cristo Redentor, tem como propósito geral salvaguardar, fortalecer e promover os biomas do país, assim como preservar as ricas expressões culturais tradicionais dos povos originários, buscando estabelecer ações integradas que resguardem tanto a diversidade ambiental quanto a riqueza cultural dessas comunidades.
Dessa forma, o Núcleo de Povos Originários desenvolve trabalhos para empoderar as comunidades indígenas diante das ameaças à sua existência, promovendo a resiliência, autonomia e sustentabilidade e garantindo a continuidade de suas práticas culturais e estilos de vida tradicionais.
Além disso, o Núcleo também promove a conscientização global sobre a importância da preservação dos biomas e das culturas tradicionais, buscando a cooperação internacional para enfrentar os desafios comuns relacionados à conservação ambiental e à diversidade cultural.
“A homologação das terras indígenas é não apenas um ato de justiça, mas um imperativo para a sobrevivência de nossa cultura e de nosso planeta. Ao reconhecer nossos direitos territoriais insculpidos na Constituição Federal do Brasil, não apenas evitamos conflitos sangrentos, mas também protegemos os pulmões do mundo e os santuários da biodiversidade que são nossas terras”, destaca Wilza Neves.
Data: 19 de abril de 2025
Horários e Locais:
• 10h: Oração e Ofício das Leituras, presididos pelo bispo auxiliar da Arquidiocese de Niterói, Dom Geraldo de Paula Souza, com a participação de indígenas de Maricá e do Rio de Janeiro
Local: Memorial José de Anchieta, em Araçatiba
• 11h30: Visita da Cruz a Fazenda Pública Joaquín Piñero
Local: Fazenda Pública Joaquín Piñero (Endereço: Av. Central
- Ponta Negra,
Maricá – RJ)
• 16h30: Cerimônia em homenagem aos povos indígenas do Brasil
Local: Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor, no Alto da
Boa Vista
• 17h30: Vigília Pascal, presidida pelo reitor do Santuário Cristo Redentor, Padre Omar
Local: Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor, no Alto da Boa Vista